quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Engesa Urutu do Exército Brasileiro - Renascimento

Dado como acabado, já que as unidades existentes há anos estavam estacionadas nos pátios dos batalhões do Exército Brasileiro, o blindado Engesa EE-11 Urutu pode estar iniciando sua volta à ativa. O veículo, destinado ao transporte de tropas, também tem como uma das suas principais características o fato de ser anfíbio. Mesmo pesando de 13 toneladas. Essas particularidades construtivas justificaram, em grande parte, sua aceitação pelas forças armadas de inúmeros outros países da América Latina.

Com atributos únicos e importância indiscutível o Exército Brasileiro optou por reativar os 226 Urutus e mais de 600 Cascavel (blindado de concepção mecânica semelhante à do Urutu) que estão em inatividade. Com powertrain bastante ultrapassado, uns com câmbio manual e outros com câmbio automático, porém em grande defasagem em relação à tecnologia existente no momento, deverão passar por uma grande reformulação para voltar à atividade. Com essa reforma os veículos militares estarão aptos para operar por, no mínimo, mais 15 anos. Isso é o que garantem as empresas que estão envolvidas no processo de restauração dos blindados, e que fizeram um protótipo para avaliação do exército.

No modelo atualizado o antigo motor Mercedes-Benz OM 352 foi substituído pelo OM 366 LA militarizado, o que proporcionou um grande ganho de potência (de 158 cv para 230 cv) e, consequentemente, mobilidade. A caixa de marchas original Mercedes G3-36 mecânica foi substituída por uma automática Allison da série 3000, eletrônica, que vem acoplada à caixa de transferência Engesa que foi totalmente revisada. Nos primeiros testes realizados o protótipo alcançou a velocidade máxima de 110 km/h em terrenos livres e se mostrou apto a chegar aos 80 km/h em situação off-road. Sua autonomia também aumentou significativamente, passando de 750 para 950 quilômetros.

Segundo Glauco Bueno da Silva, gerente da Engemotors ― do Grupo Brasilia Motors ―, que está procedendo a atualização dos veículos de combate, “um dos motivos da utilização do câmbio automático em todas as unidades do Urutu ou Cascavel fica por conta da geração da maior facilidade de condução. Em um carro de combate, quando em situação de batalha, é muito mais complicado o piloto manter parte da sua atenção dedicada a passar marchas, usar embreagem, escolher a melhor marcha para determinada situação, etc. Com o câmbio automático o piloto fica liberado dessas atividades adicionais e pode ficar mais atento para as operações inerentes às manobras de guerra. O câmbio da família 3000 que estamos usando se mostrou muito resistente e trouxe um resultado bastante interessante para o protótipo que está em testes. A performance que temos com o modelo atual é bem superior à dos veículos antigos equipados com câmbio automático, já que a geração usada no Urutu não tinha gerenciamento eletrônico e uma série de atualizações tecnológicas que favorecem sua operacionalidade”.

Todos os demais sistemas de funcionamento do protótipo foram revistos, entre eles: freios, eixos cardãs, borrachas de vedação da carroceria, pressurização dos diferenciais e suspensão boomerang, bomba de porão, etc. Os resultados mostram que com as melhorias tecnológicas que foram introduzidas as unidades inativas do Urutu elas podem ser reativadas e muito úteis para o Exército Brasileiro.

Fonte: meucarronovo.com.br