Quatro brasileiros, quatro motocicletas, 28 dias e 11 mil km de estrada pela América do Sul: a viagem que começou no município de Pinheiros, no Espírito Santo, e foi até o santuário inca de Machu Pichu, no Peru, terminou esta semana com a volta dos aventureiros para casa após percorrer paisagens bucólicas na Argentina, Chile, Peru e Bolívia.
As férias terminam nesta segunda-feira (30), quando Ivan Canal, 47 anos e José Canan, 42, funcionários da Caixa Econômica Federal; Paulo Canal, 46, gerente de banco, e Marcos Cesena, 44, produtor rural, voltam ao trabalho com muita história para contar.
A viagem começou no dia 24 de fevereiro, quando os quatro amigos subiram em suas motos e começaram a seguir rumo à Argentina. Ivan Canal pilotava uma Harley-Davidson Fat Boy de 2005, com motor de 1.450 cc. O irmão dele, Paulo Canal, estava a bordo de uma Suzuki V-Strom de 2007, com motor de 1.000 cc. A moto de Marcos Cesena era uma Honda Varadero, também de 2007, com motor de 1.000 cc. E José Canan, que partiu da cidade de Barra do São Francisco (ES), pilotava uma Harley-Davidson Road King de 200, com motor de 1.450 cc.
O objetivo da turma era atravessar o deserto do Atacama, no Chile e conhecer Machu Pichu. O primeiro país visitado, no entanto, foi a Argentina. O grupo atravessou a fronteira por Foz do Iguaçu e seguiu pelo interior do país vizinho. Os brasileiros visitaram a cidade turística de Salta e entraram na Cordilheira dos Andes por Purcamarca.
No Chile, passaram por San Pedro do Atacama, coração do deserto, e alcançaram Tocopila, na beira do Oceano Pacífico. Foi no Peru que a turma teve o primeiro contratempo. Uma das motos apresentou problemas para recarregar a bateria e parou de funcionar. “Era um local perigoso, a gente via as pessoas armadas dentro dos carros”, relata Ivan Canal. “Acionamos a polícia peruana que nos acompanhou até uma cidade onde compramos outra bateria.” Em Muquegna, um paciente mecânico peruano que nunca tinha visto uma Harley Davidson na vida soldou a peça com defeito orientado, por telefone, pelo mecânico de confiança dos brasileiros.
A viagem até Cuzco foi feita à noite, sob chuva, em pista escorregadia, que exigiu muita cautela dos brasileiros. Para Machu Pichu, os quatro amigos tiveram que ir de trem, já que o governo peruano não permite o acesso de motos ao local.
Na hora de pegar o caminho de volta, eles,mudaram o roteiro original, que previa retorno por Santiago do Chile, e decidiram entrar na Bolívia após conhecer o Lago Titicaca, o mais alto lago do mundo (3.821 metros acima do nível do mar). “As estradas bolivianas são muito ruins, principalmente após Santa Cruz de la Sierra”, afirma Canal. Os brasileiros tiveram de alugar um caminhão e colocar as motos no veículo para atravessar uma estrada de terra toda esburacada. “Levamos 17 horas para percorrer 280 km”.
De volta ao Brasil, um pneu furado a 100 km/h levou um dos ocupantes a derrapar com a moto por 20 metros na Estrada quase chegando em Franca (SP). “Passamos por dificuldades para ter muita história para contar”, afirma Canal. O grupo voltou para Pinheiros na última terça-feira (24).
Fonte: www.g1.com.br