Novo Gol e Voyage com sérios problemas e mais uma vez a Volkswagen do Brasil não assume e nega recall. Isso mostra a falta de respeito com o consumidor brasileiro. O que será que eles estão esperando? acidentes? perdas de vidas?
Defeito misterioso atinge motor de Gol, Fox e Voyage
Volkswagen admite falhas em pelo menos 300 automóveis 1.0 fabricados desde o ano passado. Concessionários dizem que pode haver milhares de carros afetados. Um dos primeiros sinais é a baixa do nível do óleo e ruído.
Um problema misterioso nos motores 1.0 flexível 1.0 VHT, da Volkswagen, está afetando modelos como Gol G5 (nova geração), Voyage e Fox. A fabricante admite a existência de defeito, mas informa que ainda não conseguiu identificar sua origem. “Divulgaremos um parecer em dois ou três meses”, diz João Alvarez Filho, gerente-executivo de Engenharia da empresa. “Temos conhecimento de 300 casos, todos de carros equipados com o motor 1.0, nenhum com o 1.6.” Segundo concessionários da marca, pode haver milhares de veículos com o problema.
Consumidores relataram queda no nível de óleo do motor, que passa a apresentar um barulho constante. “Parece ruído de tucho (peça do cabeçote) batendo ou virabrequim (parte inferior do motor) rajando”, diz Alvarez. Esses depoimentos são constantes em páginas da internet e comunidades de sites de relacionamento dedicadas à VW. A maioria das queixas é em relação ao Gol 1.0, mas Alvarez diz que há casos também com Voyage e Fox, os outros carros equipados com o 1.0 VHT.
A maior parte dos veículos com problemas tem entre 10 mil e 15 mil km rodados, mas há relatos de modelos mais recentes. “O meu Gol foi para a concessionária com barulho no motor aos 700 km”, diz Fábio Vieira. Nas autorizadas, se constata redução no nível de óleo. E em decorrência disso, surgem problemas em diversos componentes. Uma das peças que mais tem sido afetada - e trocada - é o cabeçote. Mas são comuns os casos em que é preciso substituir todo o motor.
Foi o que ocorreu com Hugo Barros, cujo Gol com 10 mil km teve o motor 1.0 trocado. “O carro começou a fazer barulho de válvula batendo e disseram que era problema no bloco e no cabeçote”, conta. “O meu foi entregue em 18 dias e, na autorizada, vi que os motores de outros cinco Gol estavam sendo substituídos.”
Já no Gol de Rafael Iwata, apenas o cabeçote foi substituído, mas quando o carro tinha somente 500 km rodados. “Me entregaram o Gol reparado em 30 dias e hoje, aos 14 mil km, ele não apresenta mais problemas.”
O que falta à Volks identificar é a origem do problema. “Por não se tratar de um defeito que compromete a segurança, não faremos recall”, diz Alvarez. Nas autorizadas, reclamações começaram a aparecer há cerca de três meses. Se o defeito for em todos os Gol, Fox e Voyage com o 1.0 VHT, e não apenas num lote, mais de 420 mil carros podem estar ameaçados.
Seus direitos
Márcia Oliveira, técnica do Procon-SP, diz que o cliente pode exigir a troca de todo o motor, não apenas de uma peça, se provar que a substituição parcial desvalorizará o veículo. “A troca do carro eu acho improvável”, afirma. “É preciso entrar na Justiça, o que é caro e demorado. As montadoras vencem pelo cansaço.”
Josué Rios, advogado e consultor do JT, diz que se o caso não for solucionado definitivamente em 30 dias, a fabricante tem de trocar o veículo do cliente por um novo.
Gerente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos Thadeu de Oliveira afirma que se for constatado risco à segurança, a VW terá de fazer recall. “Mas desde já tem de alertar sobre a necessidade do reparo, sem esperar que o cliente procure uma concessionária.”
A maior parte dos veículos com problemas tem entre 10 mil e 15 mil km rodados, mas há relatos de modelos mais recentes. “O meu Gol foi para a concessionária com barulho no motor aos 700 km”, diz Fábio Vieira. Nas autorizadas, se constata redução no nível de óleo. E em decorrência disso, surgem problemas em diversos componentes. Uma das peças que mais tem sido afetada - e trocada - é o cabeçote. Mas são comuns os casos em que é preciso substituir todo o motor.
Foi o que ocorreu com Hugo Barros, cujo Gol com 10 mil km teve o motor 1.0 trocado. “O carro começou a fazer barulho de válvula batendo e disseram que era problema no bloco e no cabeçote”, conta. “O meu foi entregue em 18 dias e, na autorizada, vi que os motores de outros cinco Gol estavam sendo substituídos.”
Já no Gol de Rafael Iwata, apenas o cabeçote foi substituído, mas quando o carro tinha somente 500 km rodados. “Me entregaram o Gol reparado em 30 dias e hoje, aos 14 mil km, ele não apresenta mais problemas.”
O que falta à Volks identificar é a origem do problema. “Por não se tratar de um defeito que compromete a segurança, não faremos recall”, diz Alvarez. Nas autorizadas, reclamações começaram a aparecer há cerca de três meses. Se o defeito for em todos os Gol, Fox e Voyage com o 1.0 VHT, e não apenas num lote, mais de 420 mil carros podem estar ameaçados.
Seus direitos
Márcia Oliveira, técnica do Procon-SP, diz que o cliente pode exigir a troca de todo o motor, não apenas de uma peça, se provar que a substituição parcial desvalorizará o veículo. “A troca do carro eu acho improvável”, afirma. “É preciso entrar na Justiça, o que é caro e demorado. As montadoras vencem pelo cansaço.”
Josué Rios, advogado e consultor do JT, diz que se o caso não for solucionado definitivamente em 30 dias, a fabricante tem de trocar o veículo do cliente por um novo.
Gerente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos Thadeu de Oliveira afirma que se for constatado risco à segurança, a VW terá de fazer recall. “Mas desde já tem de alertar sobre a necessidade do reparo, sem esperar que o cliente procure uma concessionária.”