Grande estreante da temporada 2009 da Copa Peugeot, o hatch 207, preparado para andar de rali, disputa o campeonato desde de junho deste ano.
Fabricado em Porto Real, no RJ, o 207 para as corridas na terra é vendido pela Peugeot por R$ 50 mil, com a condição que o interessado participe, pelo menos, de 70% das etapas de cada temporada.
Além do desenho, o modelo de competição traz características do carro de rua. A começar pelo motor 1.6 16V flex, que no veículo de rali é abastecido com álcool e chega a 140 cv de potência. Para alcançar esse número, o propulsor exigiu um novo bico injetor e vela de menor grau térmico para suportar a temperatura mais alta. O modulo de injeção foi calibrado para as altas rotações e o coletor de escapamento foi redimensionado, o que aumentou o fluxo de saída dos gases.
O câmbio manual é derivado do modelo de série, acionado por um comando por cabo, só que com uma relação final mais curta. A suspensão é composta por molas e amortecedores da Peugeot Sport francesa, específicos para rali. Também são originais de fábrica o freio a disco nas 4 rodas que são de 14 polegadas. Mas na versão de competição, os pneus são desenvolvidos pela Yokohama para uso em competições na terra.
O G1
andou no 207 de rally por um trecho de terra e curvas acentuadas preparado pela Peugeot para o teste. Entrar no modelo requer uma certa prática. Como o habitáculo é reforçado por barras de aço que formam a chamada “gaiola”, o espaço é encurtado. O assentos de competição abraçam o motorista e o cinto de 4 pontos dão segurança para quem pretende enfrentar o desafio.
Chega a hora de girar a chave. Ao acelerar, o ronco do motor é estrondoso e aliado ao barulho da explosão do escapamento, característico de carros de competição, faz com que a adrenalina tome conta do piloto. O ruído é tão intenso que dentro da cabine não é possível ouvir mais nada, muito menos as orientações do navegador. Por isso, a comunicação entre a dupla é feita por microfone e fones de ouvidos presos ao capacete.
O grande desafio para os pilotos de rali, principalmente os de primeira viagem, é acertar o carro nas curvas. Como a tração é apenas na dianteira e o veículo é mais leve na parte de trás, ele tende a sair de traseira. A potência do motor também ajuda nas escapadas e o que não falta é poeira no ar.
A regra número um na corrida contra o relógio é "pé embaixo", ou seja, acelerar o máximo para ter melhor aproveitamento do propulsor que trabalha o tempo todo em altas rotações e corta o giro constantemente. O câmbio tem trocas suaves e a suspensão sensível minimiza os efeitos do impacto das rodas na terra batida.
O interior é completamente modificado para competição. Só há os bancos do piloto e navegador e na parte de trás, por medidas de segurança, ficam apenas o estepe e as tubulações de combustível e de freio. A única semelhança com o carro de passeio é o painel.
Por fora, todos os acessórios são da linha da marca. Da 207 Escapade foram emprestados o conjunto ótico com máscara negra e as rodas em liga leve 14”. O aerofólio também é original .
Além do preço mais acessível do carro, que segundo a Peugeot é repassado bem abaixo do seu valor real, a marca vende peças subsidiadas durante o campeonato e faz o transporte gratuito dos veículos para as cidades sedes das provas. Com todos os incentivos, os competidores tem um gasto médio entre R$ 6 mil e R$ 8 mil por etapa, incluindo as despesas com viagem e equipe.
A Copa Peugeot foi realizada durante quatro anos em conjunto com o Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade. Em 2007, a competição passou a ser organizada de forma independente pela Peugeot Sport, que também criou o Rally de Regularidade, que acontece sempre na mesma cidade do campeonato de velocidade e é voltado aos proprietários de veículos da marca.
Fonte: g1.com.br