Para muitos, o lançamento do “novo” Volkswagen Golf brasileiro em 2007 foi um banho de água fria. A comparação com a quinta geração européia, totalmente remodelada e vendida lá fora desde 2003, acabou sendo inevitável. A versão nacional, na realidade, sofreu apenas uma cirurgia plástica (que, precisa ser dito, deixou o carro mais atraente) e não foram poucos os que passaram a chamá-la de geração “4,5” – pois foi mantida a plataforma e mecânica do modelo anterior. E, desde outubro passado, estamos defasados mais uma geração, com a estréia no Velho Continente do Golf VI.
Mas a boa notícia é que esse modelo reestilizado pode chegar ao Brasil. A pista foi dada no lançamento mundial do Golf VI, há quatro meses, em que jornalistas brasileiros ouviram de representantes da matriz alemã que o carro deverá ser vendido por aqui no segundo semestre de 2009. Mas neste caso haveria uma dúvida: seria importado ou produzido na fábrica da marca em São José dos Pinhais (na Grande Curitiba), de onde sai o atual veículo nacional?
Infelizmente, ainda não há uma resposta para essa pergunta, até porque a VW Brasil nega categoricamente qualquer projeto de lançar o Golf VI em nosso mercado. Mas há quem diga que o novo hatch poderá ser trazido do México, de onde os carros não pagam imposto de importação. Essa hipótese seguiria inclusive uma lógica de racionalização de custos, pois as mudanças promovidas na dianteira do hatch chegarão ao sedã e à perua, vendidos no Brasil como Jetta e Jetta Variant e importados daquele país. Há quem aposte, no entanto, que o veículo será feito no Paraná, já que o Golf tem um público cativo no país.
E foi essa sexta geração do hatch da VW que a reportagem do Caderno de Automóvel testou no mês passado na Itália, entre uma coletiva e outra, no Salão de Bolonha. E o veredicto não poderia ser outro: em relação ao atual modelo brasileiro, o Golf VI recebeu tantas melhorias que terá bons anos de sobrevida, ao menos, por enquanto, lá fora.
A começar pelo visual, o novo Golf europeu está muito mais atraente, apesar de manter a identidade que consagrou as gerações anteriores (em relação à quinta, temos de reconhecer, as mudanças foram mais sutis). Na frente, destaque para a grade mais horizontal, inspirada na do primeiro modelo, de 1974. De perfil, chama atenção as caixas de rodas bastante destacadas. Atrás, as lanternas ficaram também mais horizontais, como as do jipão Touareg. O hatch reestilizado, na realidade, passa a sensação de estar mais largo e baixo, apesar de ter mantido praticamente as mesmas dimensões da geração anterior e do carro brasileiro.
O interior também sofreu muitas mudanças, seja em relação à quinta geração européia, mas principalmente se comparamos com as linhas da cabine do Golf brasileiro. Tudo é novo: instrumentos, volante, console central e a disposição dos comandos de ar e som. O acabamento do carro, por sua vez, é primoroso. O carro, realmente, tem tudo para continuar um sucesso. Tomara que ele venha para cá...
Fonte: www.gazetadopovo.com.br