As vendas crescem mesmo sem o empresário investir no marketing. “Ainda não tenho capacidade produtiva para atender pedidos que surgiriam a partir de alguma ação mais ofensiva de divulgação”, explica. Este ano, por exemplo, Heckmann decidiu não participar do Salão Duas Rodas em SP, no início de outubro, por esse motivo.
E será que isso pode mudar no futuro? “Estou indo conforme a maré”, conta ele, mas garante que espera dobrar a produção em 2010 em comparação com este ano, em que foram feitos sete triciclos. “Espero ter um local mais amplo para trabalhar, com mais funcionários e mais pedidos”, completa. O crescimento, na verdade, já começou. Há um ano, desde que mudou de Pinhais, na região metropolitana, para o bairro Tingui, Heckmann contratou três pessoas para ajudar no produção dos triciclos.
No sangue
O empresário é apaixonado pelas motocicletas e descobriu que essa paixão está no sangue. Outro dia, revirando uma caixa com fotos antigas, encontrou imagens do seu bisavô em uma moto. Então, era natural que ele colocasse em prática seu desejo de “criar algo diferente” nesse segmento. Formação acadêmica ele não tem. Lembra que deixou a escola aos 14 anos de idade para trabalhar com o pai em oficina mecânica, mas o reparo nunca foi o seu forte. Ele queria mesmo inventar.
E Heckmann foi feliz na sua criação. Os triciclos que ele produz têm excelente acabamento. Os bancos, por exemplo, não têm costuras para evitar que entre água. E o motor é extremamente silencioso, ideal para quem quer viajar com tranquilidade. Outra característica importante é a economia. O tanque de combustível tem capacidade para 40 litros. Assim, dependendo do modelo, é possível rodar mais de 700 quilômetros sem reabastecer.
Os motores usados nos modelos da Trimax são os da VW e da Honda. Os da Volks ele compra novos, nas revendas. Já os da Honda, devido ao alto custo dos zero quilômetro, são de carros sinistrados, mas com no máximo 2 mil km de uso. Os preços dos triciclos variam de R$ 41 mil a R$ 53,6 mil. O prazo de entrega, a partir de feito o pedido, é de cinco meses. Esse tempo é necessário para a produção e também para que a Trimax providencie toda a documentação do triciclo.
Por enquanto, Heckmann só desfruta dos triciclos que produz nos testes que faz antes de entregar o produto para o cliente. É que até agora ele não conseguiu construir o seu. “Toda vez que estou terminando um para mim aparece um cliente e acabo vendendo”.
Fonte: Gazetadopovo.com.br