Apesar do recorde de vendas em junho e no primeiro semestre - que atingiu no mês passado 300.2 mil unidades e no fechamento do semestre 1.45 milhão de unidades - as montadoras no país sofrem com a queda nas exportações observadas desde o início da crise no ano passado. Em unidades, as vendas para outros países subiram 0,1% em junho em relação a maio, com 38.503 unidades. No entanto, ao comparar o primeiro semestre deste ano com o de 2008, as exportações mostram forte queda de 47,8%. Ao todo foram vendidas no mercado externo 199.052 unidades neste período, contra 381.222 em igual período do ano passado.
"As exportações continuam a ser o grande desafio da indústria, com visão de solução em médio e longo prazo. É muito representativo o que caiu nas vendas externas", afirma o presidente da Anfavea, Jackson Schneider. Segundo ele, as montadoras deixaram de vender mais de 100 mil veículos.
De acordo com Schneider, os principais compradores de veículos do Brasil que tiveram o mercado reduzido foram Argentina (-49,5%), México (-38,4%), União Europeia (-35,1%), Grupo Andino (-48%) e Chile (-76,6%).
Caminhões
O segmento que mais sofre com a crise é o de caminhões. Segundo os dados da Anfavea, apesar das vendas de veículos comerciais terem crescido 2% em junho sobre maio, subindo de 9.479 unidades para 9.667 unidades, no acumulado de 2009 a queda é de 32,4%. Ao todo foram neste ano 53.580 unidades contra 79.255 em 2008. Os modelos que mais sofrem com a redução da demanda são os de caminhões pesados e semileves que registram queda, respectivamente, de 51,9% e 47,4%. Por outro lado os caminhões leves e médios apresentaram recuperação nas vendas em junho, de 8,9% e 19,2 %, respectivamente.
Automóveis e Comerciais Leves
A prorrogação do desconto do IPI estimulou a antecipação de vendas em junho e fez com que a produção subisse 8,6% no mês. Ao todo as montadoras fabricaram 271.044 carros. Embora o resultado tenho sido superior a maio, em relação a junho do ano passado representou uma queda de 6,5 %, quando foram vendidas 289.863 unidades. No acumulado do primeiro semestre a queda é ainda maior: 12,4%. Ao todo foram fabricadas neste ano 1.393.786 unidades de automóveis e comerciais leves. No mesmo período do ano passado saíram das linhas de montagem 1.590.643 unidades.
Emprego
O nível de emprego na indústria automobilística nacional teve leve queda de 0,7% em junho da comparação com maio. As montadoras empregam hoje diretamente 119.511 pessoas. Em junho do ano passado o nível era 5,6% maior, com 126.542 funcionários contratados.
Estoques
De acordo com Schneider, o nível dos estoques é baixo, entretanto, satisfatório. Segundo ele, concessionárias e montadoras possuem volume de veículos correspondente a 18 dias de vendas. "É um estoque ideal. Em maio tínhamos 26 dias de estoque, com a antecipação das vendas o volume caiu, mas deverá ser ajustado nos próximos dias."
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